Abril terra de mil sabores, cores e amores…
Abril volta a fazer sentido, entre intuições e deduções quase silogísticas. Abril guarda o sabor de todas as sinestesias rebeldes, do toque ardente das percepções oriundas da alma, sentidos cruzados numa panóplia de cruzes esféricas, enternecidas por todos os abraços.
Abril anda por aí, à solta dentro de mim, de ti… de nós, do tempo que não queremos certo ou recortado no rigor da métrica, das fragrâncias bebidas em travos adocicados, dos cravos saboreados como um licor dos Deuses, das ondas cristalinas deste novo mar, do silêncio como expansão duma nova linguagem, das tuas mãos nas minhas redescobrindo a terra encantada, num cântico que queremos condescendente e Universal.
Abril é a semente benigna desta vidência ancestral, árvore de mil verdes onde brotam mil olhares de vidas Unas...
Abril acontece-me em todos os momentos…
em Abril...
Deixo-vos com uma passagem dum livro que reli num só fôlego, pois acredito que os milagres acontecem quando os deixamos acontecer…
Antoine de Saint-Exupéry, in "O Principezinho"